Ainda que antigamente (dos egípcios aos gregos) se acreditasse que o coração abrigava as emoções e pensamentos, o cérebro é hoje o órgão que mais nos fascina. Afinal, nem todo o progresso da ciência e da tecnologia nos permitiram conhecê-lo totalmente. Na verdade, quanto mais as pesquisas avançam, mais percebemos que ainda estamos dando os primeiros passos nesse incrível universo que é o cérebro.
Mas o ser humano não se move apenas por curiosidade. Como disse o escritor de ficção C. S. Lewis no livro A Abolição do Homen, “Cada novo poder conquistado pelo homem é também um poder do homem sobre o homem.”
Muito além de simplesmente conhecer o cérebro, queremos dominá-lo, e com isso dominarmos uns aos outros. E isso tem sido feito através do implante de eletrodos no cérebro. Esses eletrodos emitem pequenas descargas elétricas em certas partes do cérebro e podem alterar o comportamento, desenvolver certas habilidades, induzir alucinações ou estados alterados de consciência. E essas são apenas as possibilidades iniciais.
Entre 1950 e 1960, década em que as experiências começaram oficialmente, animais e seres humanos tiveram componentes eletrônicos instalados em seus cérebros. Em 1973, o Primeiro Ministro da Suécia, Olof Palme, deu permissão para que se realizasse implantes em prisioneiros. Na Áustria, prisioneiros também foram usados em experimentos, aparentando lesões cerebrais, diminuição da circulação sanguínea e falta de oxigênio no lobo frontal do cérebro, onde muitos implantes ocorrem.
No passado, as partes eletrônicas mediam alguns centímetros. Hoje em dia, elas são menores do que um grão de arroz.
Estimulando o cérebro de maneira precisa, seria possível desenvolver o raciocínio lógico ou abstrato a níveis extremos, desenvolver talentos e potencializar aptidões naturais. Talvez um sinal elétrico pudesse criar a paixão ou diminuir as emoções numa situação de risco. Podemos até nos perguntar se o fluxo da corrente elétrica poderia intensificar a vontade, ou a coragem, ou mesmo excluir emoções como o ódio.
Mas quem decidiria como essa tecnologia seria usada? Será que os eletrodos poderiam ser implantados no cérebro por medida judicial para curar criminosos, reabilitar jogadores compulsivos ou assassinos em série? Poderíamos mesmo ir além e implantar eletrodos em potenciais criminosos, diminuindo a criminalidade a quase zero?
Estas são questões difíceis parecem tiradas dos livros de ficção científica, no entanto, toda a tecnologia que suporta essas especulações já existe. O grande público não a conhece muito bem, mas em qualquer revista científica especializada há referencias a experimentos de implante de eletrodos no cérebro humano. O que nos resta, é procurar entender melhor todas as implicações dessa tecnologia para que não sejamos surpreendidos por uma nova dolly ou hiroshima.
Caso queira saber mais sobre o assunto, trato dele no meu livro, CONEXÕES.
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